Diabetes: quando o exercício fica complexo, como fazer?

Para o paciente portador de diabetes dependente de insulina as recomendações para atividade física deverão ser prescritas e orientadas levando-se em consideração pontos importantes: característica, intensidade, volume e horário do exercício; insulina utilizada (plana, semi-plana, rápida, ultra-rápida) ou se usa bomba de infusão contínua de insulina; detalhes relacionados com o fator de correção, contagem de carboidratos e tipo de carboidrato ingerido; complicações crônicas da doença que poderão inferir em contra-indicações absolutas ou relativas para a prática de atividade física.

De maneira geral e simplificada algumas observações podem ser colocadas em prática para auxiliar no manuseio da insulina/carboidrato a fim de evitar hipoglicemias:

- Atividade física resistida (musculação) tende a manter a glicemia mais estável durante o período de execução.

- Atividade aeróbia de leve/moderada intensidade (caminhada, corrida, natação, bike…) ou seja, realizados entre o primeiro e segundo limiares de VO2 levam a uma queda mais pronunciada da glicemia, inclusive com mais chance de hipoglicemia durante o exercício.

- Atividade de alta intensidade (intervalada) realizadas acima do segundo limiar de VO2 podem ocasionar um aumento transitório da glicemia capilar até 2h após o treino.

- Atividades de musculação antes do exercício aeróbio podem diminuir a ocorrência de hipoglicemias durante e até 2h após o exercício e mantém mais estável a glicemia durante o período que estiver treinando.

- Atividades aeróbias antes dos treinos de musculação levam a uma queda mais acentuada da glicemia e com mais chance de hipoglicemias durante e após os treinos.

- Atividade física (musculação e aeróbio) pode causar hipoglicemias ate 12h depois do treino pelo aumento da captação de glicose sanguínea para produção de glicogênio muscular que foi consumido durante os treinos.

Vale reforçar que esses pontos são resumos de artigos científico sobre o tema e não regras e, além do mais, as respostas fisiológicas com o exercício são individuais e da mesma forma as condutas deverão ser individualizadas e ajustadas para cada paciente.